segunda-feira, 6 de junho de 2011

Captivo

          Depois de um longo e tenebroso inverno, eis-me aqui blogando novamente!
Foram tempos de muito trabalho e produção, mas agora quero ressucitar este humilde bloguinho e, quem sabe até repaginá-lo!
Com muita alegria eu retomo minha atividade aqui comentando uma linda produção Teatral que assisti no ultimo fim de semana: O musical “Captivo”.
Confesso que fui assistir sem grandes expectativas. Não conhecia o trabalho do produtor (o competentíssimo Daniel Moraes) e só tinha algumas referências sobre o trabalho das diretora e coreógrafa Vivian Lazzerini e Maiza Tempesta, respectivamente.
Como é bom ser surpreendido com qualidade e arte dessa natureza! Trata-se de um espetáculo de dança executado por um elenco afinadíssimo com repertório atualíssimo e escolhido a dedo a fim de apresentar a trama e sua densidade. Você nem percebe tartar-se de um espetáculo cristão até quase o fim da peça. Vemos expresso no palco e nos recursos de video-arte utilizados as tramas escravizadoras e alienantes dos sistemas do cotidiano em sua máxima expressão. A sutileza com a qual o autor associa estas tramas à ação do mal é brilhante e abre mão de dos lugares comum que geralmente vemos no teatro cristão contemporâneo, comprovando minha desconfiança de que dessa forma se obtém efeitos ainda mais radicais e duradouros no imaginário do público. A coreógrafa faz dançarinos parecerem bonecos nas mãos de títeres assombrosos de maneira a nos fazer pensar: quem orquestra nossas ações? Quem está por trás da briga de trânsito? Quem dirige a mão daquele que violenta outro ser humano? Sem tirar a responsabilidade do individuo, o espetáculo mostra que há interesses e forças ocultas que semeiam a morte, cabendo a cada homem e cada mulher escolher de quem quer ser cativo: do Amor ou da Morte. As personagens que encarnam no palco estes conjuntos de forças tem a marca de uma direção atenta a detalhes! O vocabulário gestual, a voz, a caracterização de Walter Paz assusta desde sua primeira aparição no espetáculo. Coisa boa de se ver! Rapaz jovem, atuando com intensidade de ator cheio de tarimba. O controle muscular preciso de suas feições e de todo o resto do corpo dão uma credibilidade sem tamanho ao papel que Walter tem de carregar durante o espetáculo.
Luz, som, o reforço áudio-visual, enfim... Tudo na medida a fim de proporcionar um espetáculo intenso, direto e sutil ao mesmo tempo. Ponto para a Arte portando a voz do Evangelho. Quem ganha é o Reino de Deus!

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