segunda-feira, 26 de março de 2012

Paulo César Baruk CD & DVD #Eletro3 - Falando entre vós com salmos, hinos e hashtags espirituais

Sim, eu demorei pra escrever sobre este lançamento...
Muito, aliás!
O meu CD eu mesmo "montei" lá pela Salluz quando chegaram as caixas com tudo desmontado lá pra turma "fazer o trabalho braçal" e mandar pra Conde de Sarzedas e afins em tempo record! E foi tempo record MESMO! A gravação foi no emblemático 11/11/11, data que protagonizou uma inteligente estratégia de divulgação na Web bolada pelo time da Salluz e o "o pacotão #Eletro3" estava pronto dia 13/12, nem bem um mês depois da captação.
Ouvi o disco (não comprei o DVD logo no dia...) com aquele sabor de novidade, uma vez que no dia da gravação lá estava eu de voluntário no evento. Quando ouvi o resultado final fiquei muito surpreso com alguns detalhes. Por exemplo, depois de muito tempo não me senti "enganado" com um produto denominado "ao vivo". O disco é "ao vivo", gente! Deve ter ali umas trilhas vindo na orelha da galera? Sim, deve! Uns pads, uns órgãos e até umas cues de outras partes do arranjo total? SIM, pode ter, MAS, não está TUDO re-gravado depois (ou mesmo já levado pronto no dia da gravação) criando aquele clima "fake" de "ao vivo ma non troppo" que a genta se acostumou como sendo o novo padrão do mercado. Num parêntesis rápido, lembro de meu pai chegando em casa com shows incríveis de bandas como Rush, Led Zepelin e Steely Dan nos quais, apesar de todo o cuidado técnico e nível na execução musical, você podia perceber que era "ao vivo"! Era o som do dia, o lead do dia, a "vibe" do dia... O #Eletro3 resgatou um pouco disso no Gospel brasileiro. Infelizmente, a gente se acostumou com um padrão de show "ao vivo" que soa enlatado e sem nenhuma vida! Estranho, uma vez que quando no contexto da Música Cristã, as canções estão inseridas num contexto específico onde a experiência da Adoração e do Louvor são tão proeminentes... Mas digressões a parte, o disco do Baruk é ao vivo, com pouquíssimos ajustes de pós-produção, principalmente na sua voz! A gente ouve o Baruk que vai nas nossas Igrejas neste CD e DVD. O Baruk que dá aquela afastadinha no mic de vez em quando, criando um "lance" que lhe é tão próprio, tão característico. Dá até pra perceber que o Baruk está com a voz cansada. Nada que comprometa a qualidade do disco, mas dá pra perceber que o cantor anda se gastando na obra.
Algumas novidades sobre a produção são, por exemplo, a produção musical que desta vez é assinada pelo próprio artista e pelo Leandro Rodrigues, pianista da banda Salluz há tempos e parceiro do Baruk em diversas empreitadas musicais. Dá pra ver o "toque" do produtor que soube repaginar a sonoridade geral da banda, dos arranjos e até refletindo na interpretação do artista. A banda teve uma "baixa médica" na semana da gravação: o baterista Júnior Sanchez que teve uma inoportuna apendicite na véspera do 11/11/11. Pra substituí-lo às pressas a produção contou com o talento incrível de Cleverson Silva. Outro ajuste da banda à nova sonoridade é a economia nos vocais. Baruk escala bem seus cantores até por ser ele mesmo um exímio cantor que além de cantar, dirige, arranja e "pensa" muito bem para vozes. Para o 3º e último "Louvor Eletro-Acústico" ele escalou ninguém menos do que Jéssica Augusto, conhecida por seu trabalho no Coral Resgate e uma das solistas mais incríveis desta nova geração de cantores. Junto com Jéssica, o próprio Leandro e o multi-instrumentista William Augusto apoiam e engrossam os vocais. Musicalmente, tudo flui, tudo funciona, e o CD fecha com grandeza a série.
Quanto ao DVD, precisamos sublinhar os méritos do Hugo Pessoa que deu uma contribuição sem tamanho no visual do show. Tudo muito bonito na hora e no resultado final do DVD também. Grandioso! Destaque para a canção "Flores em Vida" que só cresce com o efeito visual da luz, da tomada geral e das flores sendo levantadas pelo público. É visível a evolução neste quesito quando olhamos as três produções que foram os "Louvor Eletro-Acústico" de Paulo César Baruk.
Alguns clássicos do repertório moderno são ouvidos na produção: "Oferta Agradável a Ti" do pastor Edson Feitosa numa versão exutíssima com o violão do Eduardo Victorino e a voz do Baruk cantando e sublinhando cada palavra desta rendição cantada que é o texto da canção. "Baião" do saudoso Janires Magalhães mostra o bom humor do cantor que repete a canção do seu começo pra arrumar um acorde que quase não saiu na hora. O clássicos do próprio Baruk estão todos nos CDs e DVDs da série também, colocando-o em lugar de destaque entre os autores modernos da Música Cristã, e nesta produção poderíamos destacar várias! "Jardim da Inocência" e "O Meu Querer" estão no set e esta última pode estar no set de qualquer momento de louvor em qualquer Igreja do Brasil: precisamos cantar mais letras como esta! O CD também corrige o único defeito do #Multiforme: a ausência de um rapper na dançante "Filho de Deus". Lito Atalaia quebra tudo na faixa! O repertório do DVD difere em muito pouco ao do CD, incluindo o "Somente Deus" (com direito a solo do Melk Villar!) e "Reina" no final com direito a múltiplas participações especiais de artistas que estavam na casa no dia da gravação, selando o evento com um clima agradável de comunhão que é a marca principal da Salluz: amigos fazendo música juntos para o Senhor Deus!

P.S.: Poupar e comprar num futuro próximo TODAS as guitarras que o senhor Alexandre Mariano usa nesses DVDs pra pendurar pela casa e tocar de vez em quando! Já pensou? Nuóh...

sexta-feira, 23 de março de 2012

Marcela Taís - Cabelo Solto

Já tem um tempão que o Soundcloud da Marcela Taís está salvo nos meus favoritos do navegador. Gosto muito de ouvir suas canções leves e alegres. Daí, outro dia ela foi simpática e generosa o bastante pra me pedir que lhe enviasse meu endereço. Dias depois chegou aqui o seu CD "Cabelo Solto". Fiquei contente com a atenção e mais ainda em poder ouvir o disco. Muito feliz! Muito crente por aí fala de uma alegria forçada, que não vive a julgar pelo amarrado da cara e que nas canções fica parecendo haver uma obrigação idiota de ser feliz, dar risada o tempo todo sem que nenhum motivo digno de um sorriso seja mencionado. Não é o caso da música da Marcela! Ela dá motivos pra que o sorriso brote sem impôr isso nas suas letras. Nada de "vira pra pessoa que tá do seu lado e dê um sorriso dizendo a ama em Cristo!". É música que nos traz à memória o que nos pode trazer esperança como a leveza das crianças, a beleza dos jardins, desejos de paz, fé nos milagres e coisas assim... Tudo muito singelo e calorosamente cantado! Aliás, a voz da Marcela é também uma alegria. Leve, cheia de vida e sem o peso do exagero e menos ainda a cansada auto-imposição de que sofrem muitos cantores cristãos de soarem iguaizinhos aos grandes virtuoses do segmento. Ela tem a inteligência de permitir que sua assinatura vocal apareça sempre e a gente agradece porque é uma voz, um fraseado e até uma respiração agradável de ouvir.
O disco é cheio de canções lindas, mas gostaria de destacar algumas:
"Declaro Paz" - Gosto do arranjo, do contrabaixo e do refrão desta canção por demais! Além do que, chega de "corinho de Guerra", né? Nosso mundo precisa de Paz! De mais gente que viva pela Paz e que creia na possibilidade da Paz. Enfim...
"És o meu Dono" - De novo, tudo certo! Uma canção de entrega que escapa do clichê e nos brinda com esse sabor folk que eu tanto gosto. Este ambiente sonoro quase que continua em "Não tenho o dom", onde vemos como que a canção parte de uma idéia onde música e um sentido poético se encontram. Outra coisa que continua são os muitos violões! Já disse aqui mil vezes que violões poucas vezes são demais...
Belo disco da Marcela! Você pode comprar pelo site da cantora no link http://www.marcelatais.com.br/ e conferir pessoalmente o trabalho da cantora brasiliense.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Juntando o começo e o final.

Nesta semana fui surpreendido com um convite de Leonardo Gonçalves para uma audição de seu mais novo CD "princípio e fim" em sua casa. A Master era recém-chegada de Londres. Um privilégio inaudito! Éramos conhecidos via Internet e alguns amigos em comum, no entanto desde nossas primeiras aproximações eu pude perceber afinidades de interesses comuns tanto em âmbito musical como em outros campos de nossas complexas existências humanas. Em seguida em um post de sua autoria no Observatório Cristão, surpreendeu-me uma honrosa citação a minha pessoa como "meu amigo Jonas Paulo". É bom ter amigos desta estirpe! Leonardo é um homem de cultura milenar e isto é cada vez mais raro em nosso tempo que privilegia o específico, a especialização sem lastro com a tradição, com a cultura. Esta profundidade cultural do cantor não o tira a característica de ser um especialista no canto e também em música de modo geral. Nossa conversa começou transitando por alguns achados do indie, um belíssimo disco da Barbra Streisand e daí passamos a audição em seu muito equilibrado sistema de som, que  Leonardo a todo momento ter o defeito de uma leve (porém, realmente perceptível) sobra de graves. O disco de Leonardo tem um conceito! Não quero entregar muito neste texto uma vez que pretendo preparar algo mais substancioso quando tiver meu CD físico em mãos, mas adianto que o diálogo do disco é entre o temporal e o atemporal, o Reino de Deus e sua manifestação imanente na Igreja, a escatologia e o engajamento com o Mundo e a vida da lida. Alguém pode dizer que este comentário seja excessivo, no entanto, assim como o próprio artista parece estar fazendo, farei ouvidos de mercador àqueles que pretendem tirar do artista o direito de criar sua arte à partir de seus próprios fundamentos conceituais; como comentarista deste disco, pretendo eu também entrar no diálogo que a obra mesmo inicia, permitindo-me assim, analiticamente derivar do disco mesmo aquilo que ele não parece dizer na escuta superficial e vencendo até mesmo aquela pergunta absolutamente idiota que muitos insitem em fazer-me, muita vez: Mas será que ele pensou nisso quando estava compondo? - esta pergunta tanto irrita quanto diminui a grandeza do que é a Arte em suas diversas manifestações. Se alguém julga-se capaz de entender, ou melhor, compreender o que Shakespeare quis dizer com sua obra é diminuir a polissemia que dela se depreende, por exemplo!
Mas deixemos de lado estas digressões e vamos a algumas considerações sobre a escuta de cabo a rabo que fizemos naquela noite:
1. Leonardo nos oferece um disco Pop! Isto mesmo: do alto da erudição do artista emerge uma obra que dialoga tanto sonora quanto tematicamente com a cultura e com os anseios do povo. Poderíamos aqui até mesmo colocar, do Povo de Deus. Temos no disco letras que falam ao Povo de Deus, encorajando-o, instigando-o a viver na Tensão Criativa que há entre a Igreja espiritual e sua encarnação na terra.
2. Leonardo nos oferece outra voz! é o mesmo virtuoso de sempre, no entanto, ainda mais amplificadamente do que já se fez ouvir em "Viver e Cantar", Leonardo busca sempre, e agora ainda mais, as melhores escolhas musicais, melódicas! É um disco de conteúdo musical complexo e este conteúdo é cantado com uma voz minuciosamente medida a cada nota, a cada colocação, à partir de um novo ajuste vocal como denomina sua preparadora vocal, Blacy Gulfier.
3. Leonardo nos oferece um disco com uma Forma clara! O disco é bem articulado assim como o artista o é. Leonardo tem um domínio claro de sua obra nos seus mais diversos aspectos. Isso salta aos ouvidos conforme se escuta o disco todo, e mesmo quando ele nos faz dançar num funk que conta com ninguém menos do que Marvin Mcquity nas baquetas, o ouvinte não sai da dimensão de um diálogo constante com a proposta dialética original e germinal do álbum. O compromisso entre forma & conteúdo é levado a cabo em toda a extensão do álbum e nisso não se negociou de modo a satisfazer necessidades de mercado, de facilidade de compreensão e afins. É um disco para a Eternidade!
4. Leonardo nos oferece uma sonoridade minuciosa. Produção Musica, Arranjos, Interpretações, Arte Gráfica, Mix e Master apontam um verdadeiro exercício de excelência. Eu poderia comentar mais demoradamente sobre cada um desses aspectos, mas deixarei isto para um post mais aprofundado quando finalmente tiver em minhas mãos este Oroboros Fonográfico...

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O que não é um produtor musical?

O advento de novas tecnologias de gravação musical no formato digital, acessíveis e supostamente de fácil operação, fez surgir um exército de produtores musicais, curiosamente de maneira até mais acentuada nos meios relacionados a MCC. Muitos músicos habilidosos, tecladistas virtuosos, bons arranjadores tem visto nos sistemas de home-studio uma maneira rápida de ganhar um pouco de dinheiro a mais e com a notoriedade atingida em suas fast-productions, tem conseguido adentrar os grandes estúdios e até assinar com artistas de maior renome.
Mas uma pergunta: o que é um Produtor Musical?
Olhando para a trajetória de figuras como Quincy Jones, Berry Gordy, Phill Spector, George Martin, Ronaldo Bôscoli, entre tantos outros, fica difícil definir o que seja um produtor musical de uma maneira abreviada e unívoca. Percebemos que a tarefa de um produtor musical é bastante variada. Vai do desenvolvimento do artista em diversos aspectos de sua carreira até a aspectos burocráticos do business. Nesse caminho, alguns chegam a lendários arroubos como Phil Spector nas sessões de End of the Century dos Ramones – rumores dão conta de que os membros da banda eram forçados a mão armada a permanecer em sessões intermináveis nos estúdios. Rumores mantidos vivos no underground que parecem saltar aos ouvidos da gente quando se ouve o disco visceral e único! Goste ou não, Phill Spector está diretamente envolvido na obtenção daquele som. Notas mais brandas se fazem ouvir sobre o clima de linha produção que Berry Gordy criava na Motown e no seu no famoso poder de veto que, se não tivesse sido por vezes desafiado teria nos privado de pérolas como “What’s Going On” de Marvin Gaye entre outras. Como caçador, desenvolvedor e promotor de talentos, temos que observar de perto a história de Quincy Jones, um famoso “drop out” da Berkelee que saiu do curso pra excursionar pelo mundo aos 18 anos com Lionel Hampton e não parou mais! Conhece tudo, aprendeu na raiz, deu-se ao trabalho de fazer aulas de teoria musical com Nadia Boulanger e Oliver Messiaen, fez charts pra Thelonious Monk, arranjos pra todo mundo que importa do mundo do Jazz e R&B. Alguma dúvida sobre as capacidades desse dinossauro da indústria, recomendo a escuta de Back on the Block. Sem mais…
Muito bem, aprendi por aí que dar exemplos não é definir e nossa pergunta a cima se volta ao título do texto se tentarmos o caminho da exclusão: O que não é um produtor musical?
Um arranjador não é um produtor musical! Suas habilidades são absolutamente necessárias numa produção, mas o produtor (responsável último pelo fonograma) deve estar apto a uma escuta e compreensão prévia bastante acurada dos faixas de um trabalho e nisto deve se perguntar: quem é o arranjador ideal para este disco, este artista, esta faixa? Caso ele mesmo seja a resposta para esta pergunta ele deve ter talento e técnica suficiente pra assumir a tarefa! Caso não, bom senso e faro fino para delegar a, ou as tarefas a arranjadores ideais. Um produtor deve também equacionar os músicos disponíveis com os músicos ideais para as sessões do álbum e não deve, a não ser numa situação absolutamente específica onde ele seja o instrumentista ideal para TODAS as faixas, monopolizar os créditos do CD. Aqui faço um comentário pessoal: isso me soa ganância! Não quer dividir cachês ou direitos conexos com ninguém e grava tudo! Mas isto digo de mim mesmo e não tomo por doutrina reconhecendo que existem discos maravilhoso produzidos por one-man bands…
Um produtor musical deve ter sensibilidade para definir um repertório avaliando os resultados que o artista pode alcançar em todos os sentidos (artísticos, mercadológicos, etc.), deve estar capacitado para dirigir sessões de gravação desde a montagem até as performances (especialmente nos leads sejam vocais ou instrumentais), tendo suficiente conhecimento para auxiliar as decisões de técnicos e engenheiros de som e posteriormente dos envolvidos na mixagem e masterização.
Um produtor musical deve ser sensível em auxiliar seus produzidos, enquanto vigorar seu envolvimento com a banda ou cantor/a em questão, em questões que muitas vezes extrapolam o âmbito musical, fazendo um papel de conselheiro, amigo, mentor dos artistas.
E também, deve o produtor musical desenvolver todas estas atividades sendo sensível ao seu orçamento e cumprindo prazos.
Como vimos aqui, talvez em nosso famigerado mercado Gospel nacional tenhamos poucos profissionais que reúnam condições para usar o título de produtor musical nestes termos. Enquanto algumas compreensões não forem alargadas, muitos arranjadores continuarão produzindo um sem número de trabalhos fadados ao insucesso artístico e mercadológico.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Revolução - Ton Carfi

É muito complicado quando alguém arrisca fazer algo novo. Não que o disco do Ton Carfi seja invovador musicalmente, mas dentro do cenário Gospel brasileiro ele certamente traz uma textura que ninguém ainda tinha explorado tão bem. É um disco de R&B dançante que pode animar qualquer festa, botar neguinho pra pensar em temas que pouca gente fala e, principalmente, coloca a gente pra dançar!
Tecnicamente temos um excelente cantor sendo produzido por um monstro chamado Jamba. O Jamba é o produtor que ficou com uma imagem de "produtor de música brasileira"  por conta do lindo trabalho que fez com o Luiz Arcanjo e na sequência mostrou como que a coisa não é bem assim no trabalho solo do Marcus Salles. Neste álbum de Ton Carfi o produtor mostra o domínio de múltiplas linguagem e só reforça a tranquilidade nas teclas. Ouvi o disco pronto antes do lançamento digital e também de alguns trechos das prés ainda quando o Ton e o Jamba faziam songwriting sessions lá no Recreio nuns papos via Skype com o produtor. Ali a coisa já prometia bastante!
O disco é gordo, bem gravado, tem tudo pra correr do lado de algumas produções internacionais no mesmo estilo. Claro que o conteúdo do Ton não é aquela Babilônia dos discos da turma da Rhiana! Pode comprar e cantar alto tranquilamente que não vai rolar nenhum constrangimento... Aliás, as letras do disco estão muito boas e muito a cima dos trabalhos anteriores do Ton. Fino trato poético! Vocalmente, é o Ton Carfi, se é que vocês me entendem... "Grande cantor" nem bem começa a descrever o que esse rapaz tem a moral pra realizar vocalmente. A direção vocal do Jamba também ornou bem: o virtuosismo do Ton está mais informado e mais afastado de clichês cansados. Em resumo, não soa como exercício vocal. É fraseologia da grossa!
Eu sei que MUITA gente torceu o nariz para o disco. Mas é isso mesmo! É um disco que cabe numa proposta de entretenimento. Tem louvor? Tem... Adora-se? Sim! Mas é um disco para curtir e isso assusta muito crente que ainda confunde sacrifício com auto-flagelação. Explico: para mim, ouvir música ruim só porque tem letra bíblica é uma espécie de auto-flagelação.
Não vou fazer um track-by-track desse disco até porque a versão física do disco não saiu e para isso eu preferiria saber tudinho da produção, mas quero pontuar duas faixas:

As vozes de Maria e Talita na 4ª faixa são uma felicidade! Essas garotas tem vozes lindas e fico empolgado com a proximidade do lançamento do trabalho delas. O tema da canção é oportuno e a literalidade poderia ser um problema não fosse o caráter eminentemente profético da coisa toda. Muito bom!

O disco fecha com minha faixa preferida que soa como uma versão Gospel comportada da "How does it feel" do D'Angelo. O baixo até referencia o Pino no set up e na mão do take que ficou no valendo nuns momentos pontuais. Vocalmente é um espetáculo de virtuosismo visceral! Esses 6/8 assim sempre me ganham, mas esse está realmente incrível. É o ponto alto e ali pelos 03:20 da canção o vocal que o Ton colocou está um primor!





"Revolução" marca uma nova fase para o Ton Carfi e po ser o prenúncio de muita coisa boa ainda por vir. Recomendo que você compre e ouça. (e dance!)

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Alguns canais

Pra quem é assíduo aqui, quero informar que estou com dois canais onde a coisa rola em audio/video.
Um deles se trata da Twitcam semanal da Escola de Arte Cristã (escola que coordeno desde a fundação) e a coisa acontece ao vivo todas as segundas-feiras às 16:00 e estou sempre acompanhado do meu brother Vinny Alves (que se você não segue no Twitter, está perdendo! A arrobinha dele é @eumesmovinicius). Clique aqui e veja os 5 primeiros vídeos arquivados.
O outro é um outro stream semanal mais "secreto". É "secreto" porque vou divulgar "pouco"... Quero que seja algo mais obscuro mesmo porque... Enfim: porque eu quero assim! Esse é "fora da moda". Algo pra quem gosta de coisas que quase ninguém topa. Neste Stream, que por enquanto só tem um vídeo arquivado que você pode assistir clicando aqui, farei a leitura de 1 texto (ou trecho...) de 1 autor por vez e o papo é mais voltado para Literatura e afins.

Tod@s estão convidados para ver minha cara redonda por lá.

5:50 Am

Curiosamente, saí da cama neste horário hoje, depois de uma noite de canções fortes como a do título deste post. Zé Bruno perguntou que horas eram e em plenas 21:00 e tra-la-lá o público gritou "Dez pras seis!". A banda inteira reagiu com um sorriso quase nervoso. O front man da banda realmente queria saber a hora pra ver se já não era hora de  entregar para o pastor da casa. Tocaram o clássico, claro! Tocaram, aliás, muitos classicos! Os novos e os velhos. Tocaram "5:50 Am", tocaram "O Jantar", "Lucifeia" e outros daqueles que você fica se perguntando:"Mas isso é música Gospel?". A resposta é um sonoro "Eu não sei!"... A música Gospel tem se desenvolvido aqui no Brasil segundo formulinhas gastas cheias dos clichês do evangeliquês da época. Ora os apulpos de uma alegria forçada e sem crise nenhuma, ora uma chuva aqui, um terremoto acolá e assim caminha a obviedade temática, musical e artística. A Banda Resgate não se identifica com essa massa confusa de música que você chega a não saber bem qual é de quem justamente porque tudo parece com tudo e nada parece muito com nada. A banda é algo como um "Fab Four" cristão que fala de coisas que ardem na pele de gerações de jovens. Coisas como uma moça que nasce feia e precisa ouvir que "beleza não tem padrão. Não vem das mãos de um cirurgião que tiram rugas mas deixam cego o coração." ou a angústia inicial de alguém cujo ego morreu já a ano inteiro ou mais. No mundo do padrão, a Banda Resgate foge a quase todos e canta bem em português e em um embromation sensacional em "Jack, Joe and Nancy in the mall" que aos poucos vai ficando um hino da nova juventude rockeira cristã.
Dez pras seis já foi faz tempo. Já dei tapa no relógio. Já li notícia, li e escrevi no Blog pensando assim: Que bom que ainda tem música pra inspirar a gente e fazer a gente lembrar que existe um mundo real, lindão e criado por um Deus difícil de entender, mas que é gerador e inspirador de toda a beleza, inclusive aquela escondida no fundo da personalidade da Luci. Fiquem com a íntegra de "5:50 Am":

"Abro os olhos sob o mesmo teto todo dia.
Tudo outra vez.
Acordo, um tapa no relógio a mente tá vazia.
São dez pras seis.
Hoje a morte do meu ego tá fazendo aniversário.
Será que eu vou chegar
Chegar ao fim de mais um calendário?
Eu não sei,
Eu não sei,
Eu não sei.
É tudo sempre igual.

Disseram que o Teu amor é novo a cada dia.
Eu pensei:
'Quero ouvir a Tua voz falar o que eu queria'
São dez pra seis.

Se é pra Te seguir e então matar aquela velha sede,
Se é pra Te servir e nunca mais cair na mesma rede
Eu vou,
Eu vou,
Eu vou."

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Adele - A noite é dela!

Eu estou nesse ministério de assistir aos Grammy Awards desde que meu pai me "viciou" nisso aos, talvez, 9 anos de idade. Desde então larguei no meio só uns 4 que estavam absolutamente insuportáveis lá na passagem dos 90 para o novo milênio, que foi uma época meio sombria pra música de modo geral, mesmo grandes lançamentos. A cena era "estranha" e a premiação modulava segundo o gosto da época (como sempre faz...).
Este ano a premiação mostrou uma interessante guinada que ao menos começa a despontar no nosso  cenário. Eu não vou me debruçar sobre esta guinada, resumindo minha colocação à superficial observação de um possível esgotamento nos formatos mais enlatados da música Pop. Mais música feita por seres humanos e para seres humanos ganhou visibilidade. Foo Fighters, Bon Iver, o velho Paul e o velho Bruce Springsteen cantando, tocando e mostrando como faz a coisa "with guts", além da dona da Noite: Adele! Não era surpresa que ela levaria gramofoninhos pra casa, mas tantos assim foi o selo de que os votantes estão interessados em voltar a atenção do fazer musical para algo mais humano, menos fake e, com toda a certeza, menos "apelativo". Adele cantou depois de um tempo de afastamento devido a tratamento de sua preciosa voz e arrebatou a todos com seu carisma, simpatia e aquele coração rasgado em "Rolling in the Deep".
O Grammy teve bizarrices e seus momentos de "vergonha alheia", por exemplo, com aquele projeto de Lady Gaga que é a Minaj tentando roubar a cena com algo cheio de um mau gosto profundo. A gente tenta enteder o que que essas coisas querem dizer e fica cada vez mais perdido... Uma exposição de nada misturado coisa mal-feita mesmo! A Mother Monster saiu de mãos abanando e, certamente, vai amargar uma semanainha dura vendo a "gordinha londrina" levando tudo com sua música real, com seu look sóbrio (como eu dizia no Twitter, os da Lady Gaga deveriam se chamar "Don't Look!") e suas canções marcantes. Gaga, Katy Perry, Minaj são construtos de um mundo que acha que é na contestação e apologia ao bizarro que mora a revolução. Não é! É na verdade, uma cantora ligada num bom mic cantando canções incríveis. Nenhuma revolução pode ser maior do que aquela que mostra o quão humanos nós podemos ser!
O Grammy também fez deferência a grande Whitney que morreu tragicamente um dia antes da festa. Jennifer Hudson foi lá e mostrou porque é uma diva em potencial!
Posso soar otimista demais, mas acho que temos um Renascimento musical às portas: menos "freak-fashionistas" e mais músicos nos palcos!
Eu vou gostar se estiver certo...

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Daniela Araújo - O memorável debut

A espera foi longa. As notícias da produção nos vinham através do Twitter, do Facebook e do blog da cantora que, com a maior paciência do mundo, lidou com a cobrança natural dos que acompanham sua carreia.
 O disco da Daniela é um desafio muito grande para qualquer um que queira abordá-lo de maneira crítica. Lembrando que nosso fundamento crítico não se baseia no senso comum que toma o "criticar" como algo que diminui a obra somente apontando defeitos, falhas; nossa crítica pode ser resumida na pequena máxima "Discursar sobre a Obra sob Critérios". 
Muito bem, quais são estes critérios?
Se um critério puder ser qualidade técnico-musical, então o disco de Daniela Araújo passa com louvor! O primor da produção em seus aspectos musicais é assombroso para os padrões das produções cristãs brasileiras. O cuidado com os arranjos, com as captações (especialmente a captação vocal!), as execuções dos muitos músicos evolvidos (incluindo uma sessão de cordas captada em Praga), o cuidado com uma mixagem de tirar o fôlego do já celebrado neste blog Fernando Menezes, a bela finalização do Master Final e a arte do Lucas Motta compõe um disco realmente notável e com um sabor anacrônico. Sim: anacrônico! Não "sinto este sabor" num disco há muitos anos. Não é coisa deste tempo nem coisa do passado, mas coisa que parece uma fresta na sonhada eternidade.
Outro critério de alta relevância (pelo menos para mim quando ouço um disco) é: Se eu tirar TUDO, essas canções "param em pé"? Também neste quesito Daniela passa com louvor! Canções testadas, submetidas ao público só com voz e violão, canções trabalhadas com zelo de ourives a fim de que tudo, bem medido e bem pesado, pudesse não ser uma anuência à nova moda das "musiquinhas cabeça" carregadas de críticas e formulações teológicas complexas de teólogos da moda. As canções de Daniela (e a cantautora só não assina duas faixas do disco...) são pra hoje e sempre! Com fortes cores da teologia de sua Igreja, as canções logram profundidade e leveza. Quem faz canção sabe da dificuldade de atingir o x da questão nesta equação.
O disco é o debut em carreira solo de uma das maiores cantoras de sua geração não só no âmbito da MCC. Daniela poderia perfeitamente caminhar lado a lado de nossas maiores cantoras da MPB sem deixar a peteca cair! Ela é indefectível ao vivo mas não nos ofereceu um disco chato e enfadonho de virtuose. Foi além e buscou a interpretação ao invés da verborragia fraseológica dos vocalistas que se deixam influenciar demais pela nossa Black Music de segunda mão (que, como já comentei antes, imperou por aqui até pouco tempo atrás com mais nota do que música).
Não ousaria fazer um comentário track-by-track deste Disco. 5 textos "morreram" enquanto militava neste formato e decidi apenas sublinhar algumas delas e seus encantos.
Daniela em estúdio.
O disco abre com milímetro, a pequena fenda por onde a cantora adentra na Eternidade. Quem esteve no lançamento viu um vídeo incrível que emoldurou lindamente a canção na abertura daquele show.
dimensão da luz é um presente! Uma interpretação visceral da cantora que mostra que a questão não é quantas notas, mas quais notas. Virtuosismo REAL e surpreendente da moça.
interlúdio - jugo suave e jugo suave merecem um destaque para o arranjador "prateleira de cima" que é o Lua Lafaiete. Não se ouve mais tão facilmente o que soa nestas duas faixas. É uma grandiloquência bem colocada no Interlúdio e uma singeleza difícil de atingir nas cordas da canção. A letra é um alento, um afago poético sem solução fácil, mas apontando para uma imersão total em Deus. Coisa linda de ouvir.
Meu último comentário a uma faixa do disco tem que ser sobre volta. Existem alguns filmes e algumas Sinfonias que me provocam reações físicas e emocionais intensas demais e preciso me conter para não deixar evidente o meu êxtase. A afirmação é exagerada, mas é só assim que consigo expressar aquele grito de "Volta!" que a Dani dá depois do Coro masculino na secção intermediária da canção.

Em suma, este disco é um problema sério na vida da Dani: O que lançar depois disso?

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Sou Livre - Rebeca Nemer

          No início das minhas interações via Twitter com a cantora, diretora de arte e CEO da Salluz, ela convocou os song-writers de plantão por lá pra criarem canções infantis sobre personagens bíblicos para um projeto novo (ainda inédito). Abelhudo que sou, disse o meu “Eis-me aqui!”. Na ocasião escrevi duas canções: o “Blues do Jonas” (ainda inédito) e à partir uma ideia simples na qual já trabalhava a meses, “Pequeno Salmista”. Enviei esta para a cantora (e hoje, amiga querida) e fiquei feliz com a boa recepção que ela teve. A canção é a 10ª faixa do “Sou Livre”, álbum lançado na ExpoCristã de 2011.

            De início, fiquei receoso em escrever sobre este disco, principalmente pelo meu envolvimento como autor de uma das faixas, mas depois de inúmeras pessoas me cobrando novos reviews aqui no Blog, decidi que o primeiro do ano deveria ser o “Sou Livre” da Rebeca Nemer.

            O disco é um pouco diferente dos trabalhos anteriores da cantora. É voltado a um público mais abrangente. Sem deixar de lado canções infantis, o disco alcança também o público teen com faixas dançantes e eletrônicas, como a “Eu Tenho Algo” que abre o disco com um som “gordíssimo” e vocais com aquele trato eletrônico over-tunados. A 2ª faixa é a linda canção “Eu Sou Livre” com participação especialíssima de Paulo César Baruk e uma atmosfera de louvor de Igreja mesmo. Uma canção acessível e muito bem feita. “Meu melhor amigo” é a contribuição do Samuel Mizrahy ao disco da Rebeca e o resultado é uma canção com a marca da alegria do Samuel. Os violões e guitarras da faixa estão ótimos e são obra do Cacau Santos, que sempre acerta na mão! “Minha Escolha” é a primeira balada do disco. De autoria de Leila Francieli, a voz da Rebeca acolheu muito bem a canção, que não sai em momento nenhum de um clima singelo e confessional. “Quero Me Mover” volta ao clima mais dançante e aqui começa a aparecer bem pronunciada a contribuição de Fernando Menezes que mixou o disco. As escolhas de efeitos, os planos de panning e tudo mais que é pertinente à mixagem ornam por demais o disco como um todo. Este traço do álbum segue na faixa 6 –“Decoreba” de Edson Feitosa que é uma diversão daquelas. O público infantil agradece e os mais velhos também “se jogam” com a desculpa de que é pra “acompanhar os pequenos”. Todo mundo liberado! A faixa é divertida e ponto!

            “Pororó” – a primeira vez que ouvi a faixa 7, a ficha não caiu. Foi só em conversa com alguns amigos que descobri que a música já foi hit de acampamento metodista lá pelas bandas do Rio de Janeiro. O que eu achei da faixa inicialmente é que era uma “doidera doida” daquelas que são a cara do produtor do disco. Um beat meio “Black Eyed Peãs” e tal.

            A participação de Adhemar de Campos na faixa seguinte num tema africano gravado com um sabor jamaicano está muito bonita. Essa canção mostra o talento que o Baruk tem como arranjador. É muito repertório, muito conhecimento de estilos e linguagem musical. Isso não é coisa que se vê por aí à rodo não... “I Can Do” faz o retorno pro pop-rock com aquele sabor britanizadinho (deu pra entender isso?). As guitarras do Alexandre Mariano falam alto e junto com os baixos do Aposan.

            Agora chegamos naquele temido ponto do conflito moral: o que dizer da faixa de minha própria autoria? Bom: pra mim é a melhor do disco! É uma coisa fantástica! É demais... Hora do recreio à parte, vamos ao comentário que não pode calar: O arranjo do Baruk aqui foi um presente de Deus. Uma das maiores alegrias pra um autor é ver seu trabalho tão bem tratado assim. A canção foi escrita para a Rebeca. Para a voz dela. Acredito que isso tenha contribuído para o resultado realmente bonito da faixa que aliás é de uma economia notável! O vocal ao fim da faixa é inusitado. Ousam-se paralelismos que dizem por aí serem proibidos, inclusive... Enfim, aqui tem a coisa pessoal gritando. A faixa foi um presente!

            “Morto ou Vivo” de Leila Francieli volta ao climão eletrônico, mas traz uma letra com conteúdo, coisa que não é muito comum no estilo dos “I got a feeling” da vida... E nessa escalada de conteúdo chegamos à canção do Hélvio Sodré. “Não Vou Mais Brigar” que abre de Ukulele e fala LINDAMENTE do tema famoso hoje em dia que é o tal do Bullying, chamando ele brasileiramente de “brigar”, chama de “empinar o nariz” e coisa e tal culminando no perdão e na amizade. A canção é a cara do Hélvio e a voz dele deu um blend daqueles com a da Rebeca. O vocal de fundo, na maioria do disco a cargo da dupla Daniela Araújo e Felipe Valente traz a marca do bom arranjo e, de novo, da economia. O disco fecha com um reprise de “Eu Tenho Algo” arranjado por Jessé (que também arranjou “Pororó” e “Morto ou Vivo”) e é uma gordura só.

            A já mencionada mixagem de Fernando Menezes é coisa de primeiro mundo e prova que está cada vez mais desnecessário sair do Brasil atrás de expertise nessa área e a Masterização é do Luciano Vassão, que se eu continuar elogiando aqui vai parecer coisa arranjada, mas é, como sempre, digna de nota.

            O disco vem em digipack que eu particularmente gosto muito por causa da coisa táctil: me lembra a época que eu comprava vinil... A arte do disco é de Lucas Motta (olho nesse menino!) e tem como assistente de fotografia a melhor cantora do Brasil na atualidade. Enfim, o disco é ótimo e conta com uma equipe de gente boa contribuindo que garante sucesso de público e crítica!



P.S.: Este artigo contou com a consultoria especializada de Giulia e Giovana. Duas priminhas gêmeas de 4 anos que, quando perguntadas sobre qual é a faixa preferida respondem em alto e bom som: “TODAS!”

Sobre o Humilde Bloguinho em 2012...

    Ano novo, vida nova, né?
    Ok, sabemos que não é bem assim: continuamos os mesmos e o que pode mudar é a nossa postura na medida da nossa decisão e compromisso com ela.
    Não tenho dado conta de alimentar o Blog com frequência e além disso, tenho recebido comentários sobre certa parcialidade em meus comentários e na escolha do material que comento. Vamos endereçar este assunto: eu comento o que ouço! Eu ouço o que compro! Eu compro o que dá... Está bem assim? Não me sinto obrigado a comentar todo e qualquer lançamento do Universo Gospel até porque não penso que seja esta a vocação deste espaço. Aqui a banda toca de um determinado jeito e é assim que dá pra ser... Não vou ficar comentando disco "requentado" sem algum caldo artístico que o sustentem ou algum outro interesse de conteúdo que eu tenha.
    O que podemos esperar este ano então?
    Talvez não muito... Assumi um compromisso do tamanho do Universo em 2012. No final do ano, com o processo seletivo quase no fim, inventei de pleitar o ingresso na Pós-Graduação. Resultado: começo um mestrado em Ciências da Religião.
    Com certeza este é um processo que demandará tempo, e tempo livre que é o que eu usava para alimentar este espaço! Não quero abandonar a prática de comentar álbuns porque acredito que isto é mais um exercício pessoal do que qualquer outra coisa. Faço de bom grado e especialmente quando há o que elogiar. Não sei a serviria um espaço pra trollar o que acho ruim e/ou mal-feito!
    Creio que, numa perspectiva mais acadêmica, não me afastarei da cena musical até porque o tema da minha dissertação permeia as relações entra a Arte e o Sagrado em Liturgia (ou algo assim! hahahaha -Creiam-me tudo pode acontecer com um tema de mestrado no meio do caminho!) e estar em contato com o repertório, com o que se canta nas Igrejas e o que tem figurado em nossa escuta musical como cristão pode ser útil de lá pra cá e de cá pra lá. Estou empolgado com a nova empreitada e conto com a torcida e orações de vocês!
    Minha presença nas Redes Sociais seguirá na medida das possibilidades e da minha capacidade de multi-tasking!
    Todos saberão o que estarei aprontando neste ano!
    Paz e bem neste ano que se iniciou!
    Jonas Paulo