segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Adele - A noite é dela!

Eu estou nesse ministério de assistir aos Grammy Awards desde que meu pai me "viciou" nisso aos, talvez, 9 anos de idade. Desde então larguei no meio só uns 4 que estavam absolutamente insuportáveis lá na passagem dos 90 para o novo milênio, que foi uma época meio sombria pra música de modo geral, mesmo grandes lançamentos. A cena era "estranha" e a premiação modulava segundo o gosto da época (como sempre faz...).
Este ano a premiação mostrou uma interessante guinada que ao menos começa a despontar no nosso  cenário. Eu não vou me debruçar sobre esta guinada, resumindo minha colocação à superficial observação de um possível esgotamento nos formatos mais enlatados da música Pop. Mais música feita por seres humanos e para seres humanos ganhou visibilidade. Foo Fighters, Bon Iver, o velho Paul e o velho Bruce Springsteen cantando, tocando e mostrando como faz a coisa "with guts", além da dona da Noite: Adele! Não era surpresa que ela levaria gramofoninhos pra casa, mas tantos assim foi o selo de que os votantes estão interessados em voltar a atenção do fazer musical para algo mais humano, menos fake e, com toda a certeza, menos "apelativo". Adele cantou depois de um tempo de afastamento devido a tratamento de sua preciosa voz e arrebatou a todos com seu carisma, simpatia e aquele coração rasgado em "Rolling in the Deep".
O Grammy teve bizarrices e seus momentos de "vergonha alheia", por exemplo, com aquele projeto de Lady Gaga que é a Minaj tentando roubar a cena com algo cheio de um mau gosto profundo. A gente tenta enteder o que que essas coisas querem dizer e fica cada vez mais perdido... Uma exposição de nada misturado coisa mal-feita mesmo! A Mother Monster saiu de mãos abanando e, certamente, vai amargar uma semanainha dura vendo a "gordinha londrina" levando tudo com sua música real, com seu look sóbrio (como eu dizia no Twitter, os da Lady Gaga deveriam se chamar "Don't Look!") e suas canções marcantes. Gaga, Katy Perry, Minaj são construtos de um mundo que acha que é na contestação e apologia ao bizarro que mora a revolução. Não é! É na verdade, uma cantora ligada num bom mic cantando canções incríveis. Nenhuma revolução pode ser maior do que aquela que mostra o quão humanos nós podemos ser!
O Grammy também fez deferência a grande Whitney que morreu tragicamente um dia antes da festa. Jennifer Hudson foi lá e mostrou porque é uma diva em potencial!
Posso soar otimista demais, mas acho que temos um Renascimento musical às portas: menos "freak-fashionistas" e mais músicos nos palcos!
Eu vou gostar se estiver certo...

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