quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Entrevista: Samuel Mizrahy


O cantor Samuel Mizrahy me concedeu uma breve e divertida entrevista. Leia e conheça um pouco mais desse cantor/compositor talentoso:

Jonas Paulo: Samuel, você é autor de canções belíssimas, dono de uma voz cheia de expressividade e um grande condutor de Louvor e Adoração. A que se deve esta combinação? E você acredita haver uma “formação escolar ou técnica” que desenvolva estas características em alguém que aspire uma carreira como cantor gospel, ministro de música ou algo assim?
 Samuel Mizrahy: Já ouviu falar que a gente é aquilo que a gente come? Penso assim, sou feito daquilo do que me alimento. Desde cedo sempre fui influenciado musicalmente pelos meus irmãos mais velhos e sempre tive ótimos referenciais. Acho que a “formação escolar” é fundamental para quem quer ser alguma coisa. O grande ditado do “Diga-me com quem tu andas...” é muito verdadeiro, pois se as más companhias corrompem os bons costumes, as boas constroem pontes para as coisas boas. Quanto ser um grande condutor de Louvor e Adoração, fico feliz de poder ser isso. Sempre quis ser, sempre busquei, se está acontecendo é porque houve sementes.

JP: Como foi seu início como músico cristão?
SM: Venho de uma família de cinco irmãos, minha casa sempre teve instrumentos, lembro da minha irmã tocando piano, meus irmãos tocando violão e isso sempre me inspirou, e como nossa vida era dentro da igreja tudo aconteceu de forma natural. Um dia eu estava fazendo aulas de violão, no outro eu estava tocando minha guitarra azul de rock na reunião de adolescentes. (risos)

JP: Qual foi a primeira canção que você escreveu?
SM:A primeira foi SEU AMOR, eu até a gravei no cd do MUITOMAIS (uma banda que eu tinha em Belo Horizonte)

JP: Vou entrar em um assunto um pouco controverso: Quais os limites de envolvimento de um músico cristão com a chamada “música secular”? E na seqüência: há algum músico popular que te influencie musicalmente?
SM: Bom, eu tenho um pensamento pessoal a respeito disso, isso não é uma bandeira que carrego, mas algo que eu vivencio todos os dias. Sou do pensamento que só existem 2 tipos de música, a boa e a ruim. Ouço música secular, aprendo muito com compositores seculares, mas não faço de suas músicas minhas bíblias. O que eu não gosto mesmo é a hipocrisia besta que os artistas evangélicos incluem em seus discursos, estão todos Cold Playando, U2ando, Snow Patrolando, em suas músicas, e dizem que é pecado ouvir música secular. Acho que quando se faz uma música “gospel” sem base bíblica, ou quando se faz uma canção “evangélica” com um refrão que todos vão cantar ou visando uma venda maior de CDS é mais pecado do que ouvir uma música SECULAR.
Quanto aos que eu gosto, vou citar 2 mas poderia citar 500.
Lenine e Lulu Santos. Pelas letras do Lenine e pela musicalidade do Lulu
Vocês já ouviram o cd do Luiz Arcanjo? É uma aula de música brasileira, de composição.
Vocês precisam ouvir as composições “seculares” do Thales Roberto, uma mais linda que a outra.

JP: Como você pensa que sua profissão (Samuel Mizrahy é publicitário) influencia seu trabalho musical? Tanto artística como tecnicamente e até do ponto de vista do marketing da coisa?
SM: Nada, sou péssimo no meu marketing pessoal. Agora que eu estou tendo a ajuda do pessoal da Salluz e da Sonar (onde eu trabalho) pra fazer as minhas coisas. Se não fosse eles eu tava perdido. Eu acho que o que eu tenho em comum entre ser publicitário e músico é a criatividade, se bem que eu tenho me achado muito repetitivo.

JP: Você acha que há limites para a música cristã em termos de estilo musical? Você sente falta de mais música brasileira nas rádios evangélicas?
SM: Sinceramente, sou muito metamorfósico. Eu amo a música brasileira, acho que é uma música inteligente de se ouvir e a cada dia que passa tem algum brasileiro com uma nova idéia para torná-la cada vez mais plural (O Lenine faz muito bem isso). Agora, no que se refere às rádios evangélicas, só vão tocar o que se pagar pra tocar, afinal eles têm que sobreviver, se tiver muita música brasileira (na essência) disposta a pagar pra tocar, eles vão fazer, se não...... que venha o rock britânico (e olha que eu gosto). Não sou contra as tendências, gosto do novo. Só não gosto do goela abaixo.

JP: Seu novo disco insere um leque um pouco mais amplo de influências no seu trabalho. Como foi isso? O “brit-rock” veio pra ficar?
SM: O “brit-rock” é muito envolvente em suas cadências, ótima pra ministrar. Eu não acho que veio pra ficar, pois a música é cíclica e já já chegam novas tendências, mas se for feito com qualidade e bom gosto eu vou gostar sempre. Eu gravei algumas agora no meu cd, mas gosto sempre de por um tempero mineiro/brasuka.

JP: Como foi trabalhar com a Salluz? O quanto isto agregou às tuas possibilidades criativas?
SM: Foi um privilégio sem fim, não só trabalhar, mas caminhar com eles tem sido um tempo de grande aprendizado pra mim. Ver quem são e o que são fora da igreja me fez ter a certeza que existem homens e mulheres que fazem a obra de Deus com excelência, trabalham e vendem seus produtos “evangélicos” com honestidade e muita clareza. Nas pequenas e grandes coisas. Por exemplo, eu nunca vi ninguém fazer qualquer tipo de trabalho pra Salluz e não ser honrado financeiramente. Eles pagam todos os direitos autorais de tudo, até das versões. Isso é raro.

JP: Samuel, agradeço muito sua disposição e simpatia de sempre e gostaria de encerrar esta breve conversa com uma palavra para os muitos jovens que te admiram e sonham em cantar pra Deus com a excelência que você apresenta.
SM: Esses dias eu postei um conselho no twitter que vou dar sempre em todas as oportunidades que eu tiver.
Quanto ao sonho de ser um ministro, alguém usado por Deus, busque nEle e só nEle, pois Ele é quem capacita, instrui, adestra para Sua obra. Busque referenciais humanos sim, mas não se esqueça de imitar Jesus em suas atitudes. Mas se você quer se dar bem na sua vida financeira, faça um bom currículo e procure um emprego. Uhu!

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