terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

O que não é um produtor musical?

O advento de novas tecnologias de gravação musical no formato digital, acessíveis e supostamente de fácil operação, fez surgir um exército de produtores musicais, curiosamente de maneira até mais acentuada nos meios relacionados a MCC. Muitos músicos habilidosos, tecladistas virtuosos, bons arranjadores tem visto nos sistemas de home-studio uma maneira rápida de ganhar um pouco de dinheiro a mais e com a notoriedade atingida em suas fast-productions, tem conseguido adentrar os grandes estúdios e até assinar com artistas de maior renome.
Mas uma pergunta: o que é um Produtor Musical?
Olhando para a trajetória de figuras como Quincy Jones, Berry Gordy, Phill Spector, George Martin, Ronaldo Bôscoli, entre tantos outros, fica difícil definir o que seja um produtor musical de uma maneira abreviada e unívoca. Percebemos que a tarefa de um produtor musical é bastante variada. Vai do desenvolvimento do artista em diversos aspectos de sua carreira até a aspectos burocráticos do business. Nesse caminho, alguns chegam a lendários arroubos como Phil Spector nas sessões de End of the Century dos Ramones – rumores dão conta de que os membros da banda eram forçados a mão armada a permanecer em sessões intermináveis nos estúdios. Rumores mantidos vivos no underground que parecem saltar aos ouvidos da gente quando se ouve o disco visceral e único! Goste ou não, Phill Spector está diretamente envolvido na obtenção daquele som. Notas mais brandas se fazem ouvir sobre o clima de linha produção que Berry Gordy criava na Motown e no seu no famoso poder de veto que, se não tivesse sido por vezes desafiado teria nos privado de pérolas como “What’s Going On” de Marvin Gaye entre outras. Como caçador, desenvolvedor e promotor de talentos, temos que observar de perto a história de Quincy Jones, um famoso “drop out” da Berkelee que saiu do curso pra excursionar pelo mundo aos 18 anos com Lionel Hampton e não parou mais! Conhece tudo, aprendeu na raiz, deu-se ao trabalho de fazer aulas de teoria musical com Nadia Boulanger e Oliver Messiaen, fez charts pra Thelonious Monk, arranjos pra todo mundo que importa do mundo do Jazz e R&B. Alguma dúvida sobre as capacidades desse dinossauro da indústria, recomendo a escuta de Back on the Block. Sem mais…
Muito bem, aprendi por aí que dar exemplos não é definir e nossa pergunta a cima se volta ao título do texto se tentarmos o caminho da exclusão: O que não é um produtor musical?
Um arranjador não é um produtor musical! Suas habilidades são absolutamente necessárias numa produção, mas o produtor (responsável último pelo fonograma) deve estar apto a uma escuta e compreensão prévia bastante acurada dos faixas de um trabalho e nisto deve se perguntar: quem é o arranjador ideal para este disco, este artista, esta faixa? Caso ele mesmo seja a resposta para esta pergunta ele deve ter talento e técnica suficiente pra assumir a tarefa! Caso não, bom senso e faro fino para delegar a, ou as tarefas a arranjadores ideais. Um produtor deve também equacionar os músicos disponíveis com os músicos ideais para as sessões do álbum e não deve, a não ser numa situação absolutamente específica onde ele seja o instrumentista ideal para TODAS as faixas, monopolizar os créditos do CD. Aqui faço um comentário pessoal: isso me soa ganância! Não quer dividir cachês ou direitos conexos com ninguém e grava tudo! Mas isto digo de mim mesmo e não tomo por doutrina reconhecendo que existem discos maravilhoso produzidos por one-man bands…
Um produtor musical deve ter sensibilidade para definir um repertório avaliando os resultados que o artista pode alcançar em todos os sentidos (artísticos, mercadológicos, etc.), deve estar capacitado para dirigir sessões de gravação desde a montagem até as performances (especialmente nos leads sejam vocais ou instrumentais), tendo suficiente conhecimento para auxiliar as decisões de técnicos e engenheiros de som e posteriormente dos envolvidos na mixagem e masterização.
Um produtor musical deve ser sensível em auxiliar seus produzidos, enquanto vigorar seu envolvimento com a banda ou cantor/a em questão, em questões que muitas vezes extrapolam o âmbito musical, fazendo um papel de conselheiro, amigo, mentor dos artistas.
E também, deve o produtor musical desenvolver todas estas atividades sendo sensível ao seu orçamento e cumprindo prazos.
Como vimos aqui, talvez em nosso famigerado mercado Gospel nacional tenhamos poucos profissionais que reúnam condições para usar o título de produtor musical nestes termos. Enquanto algumas compreensões não forem alargadas, muitos arranjadores continuarão produzindo um sem número de trabalhos fadados ao insucesso artístico e mercadológico.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Revolução - Ton Carfi

É muito complicado quando alguém arrisca fazer algo novo. Não que o disco do Ton Carfi seja invovador musicalmente, mas dentro do cenário Gospel brasileiro ele certamente traz uma textura que ninguém ainda tinha explorado tão bem. É um disco de R&B dançante que pode animar qualquer festa, botar neguinho pra pensar em temas que pouca gente fala e, principalmente, coloca a gente pra dançar!
Tecnicamente temos um excelente cantor sendo produzido por um monstro chamado Jamba. O Jamba é o produtor que ficou com uma imagem de "produtor de música brasileira"  por conta do lindo trabalho que fez com o Luiz Arcanjo e na sequência mostrou como que a coisa não é bem assim no trabalho solo do Marcus Salles. Neste álbum de Ton Carfi o produtor mostra o domínio de múltiplas linguagem e só reforça a tranquilidade nas teclas. Ouvi o disco pronto antes do lançamento digital e também de alguns trechos das prés ainda quando o Ton e o Jamba faziam songwriting sessions lá no Recreio nuns papos via Skype com o produtor. Ali a coisa já prometia bastante!
O disco é gordo, bem gravado, tem tudo pra correr do lado de algumas produções internacionais no mesmo estilo. Claro que o conteúdo do Ton não é aquela Babilônia dos discos da turma da Rhiana! Pode comprar e cantar alto tranquilamente que não vai rolar nenhum constrangimento... Aliás, as letras do disco estão muito boas e muito a cima dos trabalhos anteriores do Ton. Fino trato poético! Vocalmente, é o Ton Carfi, se é que vocês me entendem... "Grande cantor" nem bem começa a descrever o que esse rapaz tem a moral pra realizar vocalmente. A direção vocal do Jamba também ornou bem: o virtuosismo do Ton está mais informado e mais afastado de clichês cansados. Em resumo, não soa como exercício vocal. É fraseologia da grossa!
Eu sei que MUITA gente torceu o nariz para o disco. Mas é isso mesmo! É um disco que cabe numa proposta de entretenimento. Tem louvor? Tem... Adora-se? Sim! Mas é um disco para curtir e isso assusta muito crente que ainda confunde sacrifício com auto-flagelação. Explico: para mim, ouvir música ruim só porque tem letra bíblica é uma espécie de auto-flagelação.
Não vou fazer um track-by-track desse disco até porque a versão física do disco não saiu e para isso eu preferiria saber tudinho da produção, mas quero pontuar duas faixas:

As vozes de Maria e Talita na 4ª faixa são uma felicidade! Essas garotas tem vozes lindas e fico empolgado com a proximidade do lançamento do trabalho delas. O tema da canção é oportuno e a literalidade poderia ser um problema não fosse o caráter eminentemente profético da coisa toda. Muito bom!

O disco fecha com minha faixa preferida que soa como uma versão Gospel comportada da "How does it feel" do D'Angelo. O baixo até referencia o Pino no set up e na mão do take que ficou no valendo nuns momentos pontuais. Vocalmente é um espetáculo de virtuosismo visceral! Esses 6/8 assim sempre me ganham, mas esse está realmente incrível. É o ponto alto e ali pelos 03:20 da canção o vocal que o Ton colocou está um primor!





"Revolução" marca uma nova fase para o Ton Carfi e po ser o prenúncio de muita coisa boa ainda por vir. Recomendo que você compre e ouça. (e dance!)

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Alguns canais

Pra quem é assíduo aqui, quero informar que estou com dois canais onde a coisa rola em audio/video.
Um deles se trata da Twitcam semanal da Escola de Arte Cristã (escola que coordeno desde a fundação) e a coisa acontece ao vivo todas as segundas-feiras às 16:00 e estou sempre acompanhado do meu brother Vinny Alves (que se você não segue no Twitter, está perdendo! A arrobinha dele é @eumesmovinicius). Clique aqui e veja os 5 primeiros vídeos arquivados.
O outro é um outro stream semanal mais "secreto". É "secreto" porque vou divulgar "pouco"... Quero que seja algo mais obscuro mesmo porque... Enfim: porque eu quero assim! Esse é "fora da moda". Algo pra quem gosta de coisas que quase ninguém topa. Neste Stream, que por enquanto só tem um vídeo arquivado que você pode assistir clicando aqui, farei a leitura de 1 texto (ou trecho...) de 1 autor por vez e o papo é mais voltado para Literatura e afins.

Tod@s estão convidados para ver minha cara redonda por lá.

5:50 Am

Curiosamente, saí da cama neste horário hoje, depois de uma noite de canções fortes como a do título deste post. Zé Bruno perguntou que horas eram e em plenas 21:00 e tra-la-lá o público gritou "Dez pras seis!". A banda inteira reagiu com um sorriso quase nervoso. O front man da banda realmente queria saber a hora pra ver se já não era hora de  entregar para o pastor da casa. Tocaram o clássico, claro! Tocaram, aliás, muitos classicos! Os novos e os velhos. Tocaram "5:50 Am", tocaram "O Jantar", "Lucifeia" e outros daqueles que você fica se perguntando:"Mas isso é música Gospel?". A resposta é um sonoro "Eu não sei!"... A música Gospel tem se desenvolvido aqui no Brasil segundo formulinhas gastas cheias dos clichês do evangeliquês da época. Ora os apulpos de uma alegria forçada e sem crise nenhuma, ora uma chuva aqui, um terremoto acolá e assim caminha a obviedade temática, musical e artística. A Banda Resgate não se identifica com essa massa confusa de música que você chega a não saber bem qual é de quem justamente porque tudo parece com tudo e nada parece muito com nada. A banda é algo como um "Fab Four" cristão que fala de coisas que ardem na pele de gerações de jovens. Coisas como uma moça que nasce feia e precisa ouvir que "beleza não tem padrão. Não vem das mãos de um cirurgião que tiram rugas mas deixam cego o coração." ou a angústia inicial de alguém cujo ego morreu já a ano inteiro ou mais. No mundo do padrão, a Banda Resgate foge a quase todos e canta bem em português e em um embromation sensacional em "Jack, Joe and Nancy in the mall" que aos poucos vai ficando um hino da nova juventude rockeira cristã.
Dez pras seis já foi faz tempo. Já dei tapa no relógio. Já li notícia, li e escrevi no Blog pensando assim: Que bom que ainda tem música pra inspirar a gente e fazer a gente lembrar que existe um mundo real, lindão e criado por um Deus difícil de entender, mas que é gerador e inspirador de toda a beleza, inclusive aquela escondida no fundo da personalidade da Luci. Fiquem com a íntegra de "5:50 Am":

"Abro os olhos sob o mesmo teto todo dia.
Tudo outra vez.
Acordo, um tapa no relógio a mente tá vazia.
São dez pras seis.
Hoje a morte do meu ego tá fazendo aniversário.
Será que eu vou chegar
Chegar ao fim de mais um calendário?
Eu não sei,
Eu não sei,
Eu não sei.
É tudo sempre igual.

Disseram que o Teu amor é novo a cada dia.
Eu pensei:
'Quero ouvir a Tua voz falar o que eu queria'
São dez pra seis.

Se é pra Te seguir e então matar aquela velha sede,
Se é pra Te servir e nunca mais cair na mesma rede
Eu vou,
Eu vou,
Eu vou."

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Adele - A noite é dela!

Eu estou nesse ministério de assistir aos Grammy Awards desde que meu pai me "viciou" nisso aos, talvez, 9 anos de idade. Desde então larguei no meio só uns 4 que estavam absolutamente insuportáveis lá na passagem dos 90 para o novo milênio, que foi uma época meio sombria pra música de modo geral, mesmo grandes lançamentos. A cena era "estranha" e a premiação modulava segundo o gosto da época (como sempre faz...).
Este ano a premiação mostrou uma interessante guinada que ao menos começa a despontar no nosso  cenário. Eu não vou me debruçar sobre esta guinada, resumindo minha colocação à superficial observação de um possível esgotamento nos formatos mais enlatados da música Pop. Mais música feita por seres humanos e para seres humanos ganhou visibilidade. Foo Fighters, Bon Iver, o velho Paul e o velho Bruce Springsteen cantando, tocando e mostrando como faz a coisa "with guts", além da dona da Noite: Adele! Não era surpresa que ela levaria gramofoninhos pra casa, mas tantos assim foi o selo de que os votantes estão interessados em voltar a atenção do fazer musical para algo mais humano, menos fake e, com toda a certeza, menos "apelativo". Adele cantou depois de um tempo de afastamento devido a tratamento de sua preciosa voz e arrebatou a todos com seu carisma, simpatia e aquele coração rasgado em "Rolling in the Deep".
O Grammy teve bizarrices e seus momentos de "vergonha alheia", por exemplo, com aquele projeto de Lady Gaga que é a Minaj tentando roubar a cena com algo cheio de um mau gosto profundo. A gente tenta enteder o que que essas coisas querem dizer e fica cada vez mais perdido... Uma exposição de nada misturado coisa mal-feita mesmo! A Mother Monster saiu de mãos abanando e, certamente, vai amargar uma semanainha dura vendo a "gordinha londrina" levando tudo com sua música real, com seu look sóbrio (como eu dizia no Twitter, os da Lady Gaga deveriam se chamar "Don't Look!") e suas canções marcantes. Gaga, Katy Perry, Minaj são construtos de um mundo que acha que é na contestação e apologia ao bizarro que mora a revolução. Não é! É na verdade, uma cantora ligada num bom mic cantando canções incríveis. Nenhuma revolução pode ser maior do que aquela que mostra o quão humanos nós podemos ser!
O Grammy também fez deferência a grande Whitney que morreu tragicamente um dia antes da festa. Jennifer Hudson foi lá e mostrou porque é uma diva em potencial!
Posso soar otimista demais, mas acho que temos um Renascimento musical às portas: menos "freak-fashionistas" e mais músicos nos palcos!
Eu vou gostar se estiver certo...

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Daniela Araújo - O memorável debut

A espera foi longa. As notícias da produção nos vinham através do Twitter, do Facebook e do blog da cantora que, com a maior paciência do mundo, lidou com a cobrança natural dos que acompanham sua carreia.
 O disco da Daniela é um desafio muito grande para qualquer um que queira abordá-lo de maneira crítica. Lembrando que nosso fundamento crítico não se baseia no senso comum que toma o "criticar" como algo que diminui a obra somente apontando defeitos, falhas; nossa crítica pode ser resumida na pequena máxima "Discursar sobre a Obra sob Critérios". 
Muito bem, quais são estes critérios?
Se um critério puder ser qualidade técnico-musical, então o disco de Daniela Araújo passa com louvor! O primor da produção em seus aspectos musicais é assombroso para os padrões das produções cristãs brasileiras. O cuidado com os arranjos, com as captações (especialmente a captação vocal!), as execuções dos muitos músicos evolvidos (incluindo uma sessão de cordas captada em Praga), o cuidado com uma mixagem de tirar o fôlego do já celebrado neste blog Fernando Menezes, a bela finalização do Master Final e a arte do Lucas Motta compõe um disco realmente notável e com um sabor anacrônico. Sim: anacrônico! Não "sinto este sabor" num disco há muitos anos. Não é coisa deste tempo nem coisa do passado, mas coisa que parece uma fresta na sonhada eternidade.
Outro critério de alta relevância (pelo menos para mim quando ouço um disco) é: Se eu tirar TUDO, essas canções "param em pé"? Também neste quesito Daniela passa com louvor! Canções testadas, submetidas ao público só com voz e violão, canções trabalhadas com zelo de ourives a fim de que tudo, bem medido e bem pesado, pudesse não ser uma anuência à nova moda das "musiquinhas cabeça" carregadas de críticas e formulações teológicas complexas de teólogos da moda. As canções de Daniela (e a cantautora só não assina duas faixas do disco...) são pra hoje e sempre! Com fortes cores da teologia de sua Igreja, as canções logram profundidade e leveza. Quem faz canção sabe da dificuldade de atingir o x da questão nesta equação.
O disco é o debut em carreira solo de uma das maiores cantoras de sua geração não só no âmbito da MCC. Daniela poderia perfeitamente caminhar lado a lado de nossas maiores cantoras da MPB sem deixar a peteca cair! Ela é indefectível ao vivo mas não nos ofereceu um disco chato e enfadonho de virtuose. Foi além e buscou a interpretação ao invés da verborragia fraseológica dos vocalistas que se deixam influenciar demais pela nossa Black Music de segunda mão (que, como já comentei antes, imperou por aqui até pouco tempo atrás com mais nota do que música).
Não ousaria fazer um comentário track-by-track deste Disco. 5 textos "morreram" enquanto militava neste formato e decidi apenas sublinhar algumas delas e seus encantos.
Daniela em estúdio.
O disco abre com milímetro, a pequena fenda por onde a cantora adentra na Eternidade. Quem esteve no lançamento viu um vídeo incrível que emoldurou lindamente a canção na abertura daquele show.
dimensão da luz é um presente! Uma interpretação visceral da cantora que mostra que a questão não é quantas notas, mas quais notas. Virtuosismo REAL e surpreendente da moça.
interlúdio - jugo suave e jugo suave merecem um destaque para o arranjador "prateleira de cima" que é o Lua Lafaiete. Não se ouve mais tão facilmente o que soa nestas duas faixas. É uma grandiloquência bem colocada no Interlúdio e uma singeleza difícil de atingir nas cordas da canção. A letra é um alento, um afago poético sem solução fácil, mas apontando para uma imersão total em Deus. Coisa linda de ouvir.
Meu último comentário a uma faixa do disco tem que ser sobre volta. Existem alguns filmes e algumas Sinfonias que me provocam reações físicas e emocionais intensas demais e preciso me conter para não deixar evidente o meu êxtase. A afirmação é exagerada, mas é só assim que consigo expressar aquele grito de "Volta!" que a Dani dá depois do Coro masculino na secção intermediária da canção.

Em suma, este disco é um problema sério na vida da Dani: O que lançar depois disso?