terça-feira, 16 de novembro de 2010

Clapton - Um CD com sabor de Novas Velharias

Ano passado por volta dessa época eu estava terminando de ler a auto-biografia do Eric Clapton. Devo um post sobre isso até hoje, mas confesso que não tive o estômago para digerir o livro a ponto de reagir. Clapton é um dos poucos artistas que eu acompanho em nível biográfico devorando tudo o que se refira a sua história e trajetória. Penso que ele seja fundamental pra formação do meu ouvido musical. Quando comecei a estudar violão, "Tears in Heaven" era uma canção que ficava tocando e cantando o dia todo. Achava aquilo denso, mesmo antes de conhecer a história da canção envolvendo a trágica morte de seu filho.
Comprei o novo álbum do Clapton, que na capa só tem uma foto do artista com esta inscrição simples e direta. Tem CD que eu compro assim mesmo no escuro! Não sabia nada de faixa nenhuma e saindo do Shopping já coloquei pra tocar. Sem surpresa nenhuma, cada faixa ia me cativando. Destaque pra sensacional versão meio saloon de "How deep is the ocean" de Irving Berling que sempre gostei muito na voz de muita gente.
O disco tem uma sonoridade muito crua e clara. Uma mixagem daquelas que parece que você está num ensaio da banda e uma masterização sem exageros e muito dinâmica.
Na verdade, tive uma impressão curiosa dirigindo pra casa: parecia que já conhecia o disco. Antecipava as frases, mas sem aquela sensação de "mais do mesmo" e sim de identidade. Como se eu ouvisse algo da infância. Não é um CD Pop. É um disco de blues e ponto, que fecha com uma inusitada interpretação de "Autum Leaves" as jazzy as can be por parte de um arauto do Blues. Arauto inusitado: branco, Inglês e hoje abstêmio, mostrando que a música não padece de bandeiras territoriais, raciais e "atitudeológicas".
Recomendo!

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